Prof. Antônia Ustulin
Introdução
Uma Proposta Curricular
Entendemos o currículo como o projeto
que preside as atividades educativas escolares, define suas intenções e
proporciona guias de ações adequadas e úteis para os professores, que
são diretamente responsáveis pela sua execução. Para isso, o currículo
proporciona informações concretas sobre o que ensinar, quando ensinar,
como ensinar e o que, como e quando avaliar (COLL, 2001, p. 45).
Segundo o psicólogo espanhol César Coll (2001) o conceito de currículo
como um instrumento que deve levar em conta as diversas possibilidades
de aprendizagem não só no que concerne à seleção de metas e conteúdos,
mas também na maneira de planejar as atividades e não apenas uma lista
de disciplinas e conteúdos, acrescenta que o documento precisa ser
revisto permanentemente para acompanhar os anseios da sociedade em
relação à educação dos estudantes. (Revista Nova Escola, ed. 209, 2008,
p.32).
O currículo escolar reflete todas as experiências em termos de
conhecimento que será proporcionado aos alunos de um determinado curso.
A origem da palavra currículo – currere (do latim) – significa carreira.
Assim, o currículo escolar representa a caminhada que o aluno faz ao
longo de seus estudos, implicando tanto conteúdos estudados quanto
atividades realizadas no contexto escolar.
Todavia sabemos que o
currículo de uma escola vai além do espaço da sala de aula, vai além dos
conteúdos relacionados para as séries, pois qualquer ambiente pode ser
usado para adquirir ou construir conhecimento e também a socialização
para que se forme pessoas cidadãs.
A educação hoje necessita de reformulações em metodologias, em recursos
didáticos, para poder acompanhar o mundo evoluído tecnologicamente e ao
qual está inserida. Não devemos, no entanto acreditar que o simples
fato de a escola possuir computadores estará sendo atual e moderna.
Corre-se o risco de mau uso sem finalidades objetivas e didáticas.
De acordo com a matéria divulgada na revista Nova Escola, ed. nº 223, p.
51, junho/julho de 2009, só vale levar a tecnologia para a sala de aula
se ela estiver a serviço dos conteúdos. Da soma entre tecnologia e
conteúdos nascem oportunidades de ensino e o desenvolvimento de
habilidades para atuar no mundo de hoje.
No artigo “Desafios e possibilidades da integração de tecnologias ao
currículo”, Almeida e Prado destacam que a integração efetiva das
tecnologias ao desenvolvimento do currículo consiste de uma ação
pedagógica com uma intencionalidade clara de desenvolver um currículo a
partir do esboço de um plano de trabalho que se delineia a priori e
assume contornos específicos na ação conforme são identificados os
conhecimentos, competências e habilidades dos alunos.
Almeida (2002, p.50) enfatiza que “o ser humano desenvolve projetos para
transformar uma situação problemática em uma situação desejada a partir
de um conjunto de ações que ele antevê como necessárias”.
Com base no dito acima; pode-se compreender uma forma eficiente para
integrar as tecnologias ao desenvolvimento do currículo é por meio de
elaboração de projetos o que além de aproximar a aprendizagem na
realidade, portanto significativa, tem como característica fundamental a
flexibilidade de planejamento.
Como afirma Freire e Prado (1999, p.113) plasticidade, abertura e
flexibilidade são características intrínsecas a projetos, cuja
proposição inicial representa uma negociação com os sujeitos de
aprendizagem que leve em conta seus interesses, intenções e condições
para descobrir algo novo, produzir conhecimento ou criar produtos,
delineando um percurso possível que pode levar a outros, não imaginados a
priori.
Assim, o trabalho com projetos propicia a integração das tecnologias ao
desenvolvimento do currículo, mas ele precisa ser construído com a
participação de todos os atores do processo educativo, pois o trabalho
por projeto é algo que se materializa pela colaboração e compromisso da
equipe, não como um dado, mas como um fazer e um construir (Costa, R.
2008). É um fazer rede, vivendo uma rede social, como um fenômeno de
cooperação ativa, deliberada e dinâmica; diferenciada das gestões
tradicionais das quais estamos acostumados. Percebe-se, por exemplo, nos
textos dos blogs da maioria das Escolas que não há integração entre as
áreas do conhecimento, as postagens são pequenos fragmentos de
determinado assunto, divulgação de eventos que foram realizados, fotos, e
outros, sendo assim, a rede social não está a favor da aprendizagem e
muito menos integrada ao currículo da escola.
No entanto, o atual avanço e a disseminação das tecnologias de
informação e comunicação vêm criando novas formas de convivência, novos
textos, novas leituras, novas escritas e, sobretudo, novas maneiras de
interagir no espaço cibernético Póvoa, 2000. Cada percurso no meio
virtual parece ser original e único pelos vários links que se abrem. Com
isso, ampliam-se e modificam-se as formas de interação, em tempos e
espaços nunca imaginados. A hipermídia, característica ciberespacial que
permite a articulação de palavras, sons, imagens e movimentos no meio
digital, implica noções de multilinearidade: links, redes,
flexibilidade, variedade e diversidade (Lèvy 1993). Favorecendo o
trabalho interdisciplinar.
Ao contrário de tudo isso, no âmbito escolar tem-se presenciado muitos
grupos de trabalho que precisam de esforços para ser efetivados num
clima de cooperação que poderia favorecer o trabalho interdisciplinar;
porém, os docentes encontram-se assoberbados de tarefas, por
participações em formações continuadas dentro e fora da escola, ações
muitas vezes distanciadas da prática pedagógica em sala de aula.
Na análise feita por Costa, (2008 e 2005), é preciso considerar que
questões como sinergia, empatia, falta de clareza ou desvio na definição
de metas, resistência à mudança, excesso de compromissos,
comportamentos desestruturados, equívocos na comunicação e
enfrentamentos quando se reúne um coletivo em torno de um projeto comum
como o Projeto Político Pedagógico da escola, provocam desestímulos para
novas práticas e inserção de novos recursos didáticos em salas de
aulas.
Não podemos desconsiderar o momento, esse novo paradigma exige que
coloquemos como meta da educação o preparo do aluno nativo digital, para
saber pensar ecológica, sistemática e criticamente (LITTO, 1997, p 98).
Em razão disso, conceitos básicos como “interdependência”.
“integração”, “contextualização”, “questionamentos”. ‘práticas
investigativas”, “espírito crítico”, “colaboração”, visão sistêmica’,
“reciprocidade”, precisam ser integrados a esse novo fazer educativo,
ainda acrescento: “criar possibilidades”, “propor flexibilidades”,
“vivenciar a complexidade”, “visibilidade”, “mobilidade virtual”,
“participação”, “velocidade nas relações”, “autonomia”, “incertezas”,
tudo isso rompe com o paradigma anterior em todos os campos, políticos,
econômicos, religiosos, sociais, eliminam as barreiras de fronteiras e
hierárquicas de poder, valoriza a individualização e não a
individualidade, é o ciberespaço constituído pelos cérebros de jovens e
crianças do Século XXI e pelas inteligências coletivas e emocionais de
todo cidadão.
Jogar videogame, por exemplo, a pessoa adquire capacidades especiais na
percepção das coisas, reflexos rápidos e sua capacidade espacial mais
desenvolvida do que as pessoas que não praticam os jogos. Essas
habilidades são úteis para arquitetos, engenheiros, cirurgiões, etc.
Segundo Nesteriuk, (2004), a interdisciplinaridade evidente dessa mídia
tem atraído para seu estudo áreas diversa do conhecimento como a
filosofia, semiótica, a psicologia, a antropologia, as ciências da
computação, a engenharia elétrica, as telecomunicações, as ciências
cognitivas, a publicidade, o marketing, as comunicações, o design, a
computação gráfica, educação entre outras, na educação do ensino
fundamental e do médio não pode ser diferente, a interdisciplinaridade
também deve fazer parte do currículo da escola, não precisa
necessariamente atingir todas as disciplinas da base comum do currículo.
Nesse sentido, este pré projeto de mestrado tem como desafio elaborar
uma organização curricular que prevê a integração das tecnologias da
informatização e comunicação na perspectiva construcionista de educação,
onde a língua tem um papel crucial devido à efetivação das
participações que vão sendo constituídas.
Justificativa
O
trabalho por projetos com a integração de tecnologias de informatização
requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e,
consequentemente, na postura do professor, este seria o ponto de
partida, pensar na integração das tecnologias da informação e
comunicação a partir do planejamento coletivo, considerando as
inteligências coletivas dos docentes, não docentes e discente.
Neste cenário a Inteligência Coletiva (IC) e Intelgência Emocional que
segundo Pierry Lèvy, “IC é, basicamente, a partilha de funções
cognitivas, como a memória, a percepção e o aprendizado visivelmente
devem ser conceituadas, refletidas e consideradas. Elas podem ser melhor
compartilhadas quando aumentadas e transformadas por sistemas técnicos e
externos ao organismo humano”, explica Lévy, referindo–se aos meios de
comunicação e à internet, porém, o escritor deixa claro que a IC não é
só isso: “ela só progride quando há cooperação e competição ao mesmo
tempo”. Para exemplificar, Lévy cita a comunidade científica, que
trabalha na perspectiva de trocar ideias, isto é, cooperação, porque
tem a liberdade de confrontar pensamentos opostos, ou seja, competir e,
assim, gerar conhecimento. “É do equilíbrio entre a cooperação e a
competição que nasce a IC”, conclui, deixando claro que não são apenas
os cientistas que utilizam esse novo conceito: segundo ele, “as empresas
necessitam cada vez mais de empregados que precisam lançar ideias e
resolver questões coletivamente. As tecnologias atuais permitem isso” A
educação poderia trabalhar nesta mesma perspectiva se desenvolvesse um
currículo que possibilitasse o equilíbrio entre cooperação, competição,
colaboração e participação.
Acerca da inteligência emocional Goleman (1995) coloca que no cérebro
temos uma parte que pensa (o neo-cortex), gerando as ideias, as emoções
derivam do pensamento e das ideias. Mas há uma parte do cérebro chamada
amígdala, que guarda memórias, sendo um centro emocional que reage
automaticamente; a amígdala, sendo fonte de todo impulso emocional,
utiliza reações apreendidas na infância, registrando aquilo que chama de
jeito infantil de lidar com as situações.
Este jeito impulsivo pode ser superado pela ampliação da autoconsciência
e autoconhecimento, como quesito para o viver e construir ações em
grupos ou equipes de trabalho. Isto exige se perceber como sujeito em
ação nas situações em geral, mas principalmente nas desafiantes, se
conscientizado dos sinais indicativos das emoções e de possíveis perdas
de controle, visando prevenir o que chama de sequestro de amígdala,
perdoando-se e aos outros, sempre que descontrole ocorrer, mas buscando
aprender com estas situações e rever comportamentos destrutivos.
Segundo, Monica Gather Thurler, (2001), “a experiência mostra que os
alunos só aprendem quando enfrentam situações didáticas em que são
obrigados a ultrapassar obstáculos e a construir novo saberes,
consolidando suas aquisições”.
Para ela os professores deveriam questionar e reinventar constantemente
não só as práticas pedagógicas, mas também as relações profissionais e a
organização do trabalho em sua escola. “É preciso criar novos processos
mais flexíveis e moduláveis que acabe com atribuição fixa das classes
e/ou de aula, para uma só pessoa; que acabe com o eu e minha classe, com
a divisão tradicional do trabalho, a fim de trabalhar melhor e colocar
em sinergia as competências existentes, ou seja, é preciso falar juntos e
nossos alunos” explica ela, daí a importância de entender como são
constituídas as inteligências coletivas e emocionais nesse contexto.
Nesse ponto de vista, não podemos esquecer-nos de inserir a
interdisciplinaridade que poderá favorecer a prática pedagógica sobre o
plano didático e sobre o plano curricular, resultando um trabalho
preliminarmente interdisciplinar que se efetua nesses dois níveis de
interdisciplinaridade escolar. Ivani Fazenda Sem perder de vista o
perigo da simplificação, ligado entre outros à preocupação empírica
predominante, certamente legítima da parte dos educadores, conclui
Ivani.
Segundo Fazenda a interdisciplinaridade curricular no nível escolar,
constitui preliminarmente toda interdisciplinaridade didática e
pedagógica. Palmade (1977) citado por Fazenda, a destaca assinalando
que "a noção de interdisciplinaridade não pode ser [...] abordada de uma
maneira suficientemente segura se não está claro o ponto de partida no
qual ela se constitui" (p. 78). Ela consiste no estabelecimento de uma
análise sistemática de programas de estudos, particularmente sobre
certos parâmetros, como o lugar e a função de diferentes matérias - sua
razão de ser -, sua estrutura taxionômica, seus objetos de estudo e de
aprendizagem, suas tentativas de aprendizagem etc. - de ligações de
interdependência, de convergência e de complementaridade entre as
diferentes matérias escolares que formam o percurso de uma ordem de
ensino ministrado, a fim de permitir que surja do currículo escolar - ou
de lhe fornecer - uma estrutura interdisciplinar segundo as orientações
integradoras.
Fazenda cita alguns autores como, Bastide (1967), Fourez (1992),
Hübenthal (1994), Huber (1992) e Vidal (1990), defendem que ao invés de
numerosas tentativas de estabelecimento de uma metodologia comum, de
uma linguagem comum, de técnicas comuns, de objetivos específicos comuns
ou, ainda, da combinação ou da totalidade desses elementos
constituintes, uma perspectiva mais realista e sem dúvida mais fecunda,
mantendo as especificidades disciplinares e de instauração de relações
complementares solidamente articuladas.
Neste sentido é fundamentalmente importante no planejamento coletivo a
forma como se relacionam os educadores, sua postura e suas convicções,
quando se propõem elaborar colaborativamente o currículo da escola
levando em conta a inteligência coletiva e emocional, considerando a
diversidade sócio cultural, o como e quando o projeto é construído.
Segundo Perrenoud (1999), este tipo de atividade carrega consigo uma
dinâmica própria. Essa dinâmica é constituída pela elaboração, pela
execução, pela análise, pela reformulação e por novas elaborações do
projeto curricular.
Estas breves considerações nos levam então a pensar numa pesquisa que
nos possibilita investigar a questão da gestão de grupos, que se
constitui no desafio das habilidades de trabalho individual e
individualizado que, habitualmente, não colocam a prova nossas
habilidades sociais; como elas vem sendo continuamente aplicadas na
construção do currículo integrado a rede digital, considerando a
inteligência coletiva e emocional de toda a comunidade escolar
principalmente dos gestores, docentes e alunos nos trabalhos por
projetos, onde o autoconhecimento e autoavaliação também em atividades
grupais devem ser consideradas nesse processo.
Problemáticas
Vivenciamos o percurso do século XXI, do qual os aparelhos eletrônicos,
virtuais e a internet estão cada vez mais inseridos na vida de todos os
cidadãos, porém, esses recursos tecnológicos na prática da Educação
ainda não se encontram consolidados, o que se observa é um currículo que
não corresponde os anseios da geração de jovens e crianças conectados
neste mundo virtual, em busca de informação, relacionamento,
entretenimento, resolução de problema e produção trabalhista.
As tecnologias da informação e comunicação poderiam ser integradas ao
currículo escolar? Como estão sendo utilizadas por professores e alunos?
De que modo se efetivam os trabalhos por projetos interdisciplinares nas
escolas? A interdisciplinaridade realmente acontece? Que concepções e
considerações são levadas em conta nos estudos interdisciplinares?
As tecnologias da informação e comunicação são recursos meramente
utilizados no fazer pedagógico da maioria dos educadores que resistem
integrá-las ao currículo escolar, por não saberem utiliza-las
agregando-as como material didático que favorecem a pesquisa, a produção
de textos, hipertextos e leituras, a ampliação da comunicação,
informação e construção do conhecimento, de forma a construir a
autonomia intelectual do estudante?
Objetivo Geral
Construir uma proposta de organização curricular com as tecnologias da
comunicação e informação integradas ao planejamento interdisciplinar a
fim de transformar o ensino e a aprendizagem, do qual a inteligência
coletiva e emocional constitui o equilíbrio do trabalho colaborativo,
participativo e competitivo no espaço escolar.
Objetivos específicos
Apresentar tipos de relações que se efetuam entre os docentes e
discentes quando na escola realizam trabalhos por projetos.
- Mostrar a importância das tecnologias da informação e comunicação
quando utilizadas em sala de aula com a finalidade de promover a
interação com o conhecimento e aprendizagem na construção da autonomia
dos estudantes.
- Conhecer teoricamente como as inteligências coletivas e emocionais se
aplicam simultaneamente nos trabalhos por projetos a partir de
experiências vividas com a finalidade de promoção experimentação em
novos trabalhos.
- Construir uma proposta de organização curricular interdisciplinar
integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação na formalização do
conhecimento construído pelos estudantes sendo mediados pelos
professores.
Metodologia
O referido projeto de pesquisa pretende buscar conhecimentos teóricos e
experiências com o objetivo de formular uma proposta de organização
curricular com as tecnologias da comunicação e informação integradas ao
planejamento interdisciplinar com finalidade de transformar o ensino e a
aprendizagem.
Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 23-25), a metodologia em uma
investigação é um conjunto de processos empregados e depende do objeto
da pesquisa, uma vez que toda investigação nasce de algum problema
observado ou sentido, por isso a necessidade do uso do conjunto de
etapas de que se serve o método científico, para fornecer subsídios
necessários na busca de um resultado para a resolução do problema
encontrado, objeto a ser pesquisado. Como neste projeto o objeto da
pesquisa é a construção de um currículo integrando tecnologias da
informação e comunicação faz-se necessário realizar a priori a pesquisa
bibliográfica e posteriormente a pesquisa qualitativa com o emprego de
questionário, entrevistas, análise de documentos e análise de currículos
de escolas.
Segundo Pedro Demo (1997), a pesquisa qualitativa é o “esforço jeitoso
de formalização perante uma realidade também jeitosa”. Portanto,
trata-se de uma consciência crítica propensa a formalizar
cientificamente os aspectos qualitativos da realidade, ou seja, olha
prioritariamente para eles, sem desprezar os aspectos também
quantitativos.
Assim, argumenta Demo (1997), existe educação com e sem qualidade, com
maneiras indesejáveis, inaceitáveis, imperfeitas de educar, e, no lado
positivo, maneiras consideradas adequadas, criativas, convincentes.
Já a bibliográfica consiste em consultas em fontes documentais
(documentos audiovisuais, documentos cartográficos e documentos
textuais), na analise das fontes e no levantamento de informações
(reconhecimento das ideias que dão conteúdo semântico ao documento).
Com a finalidade do estudo aprofundado sobre as teorias que discutem o
currículo escolar nos tempos atuais e sobre questões que irão
fundamentar a formulação de um novo currículo de caráter
interdisciplinar capaz de corresponder aos anseios de jovens e crianças
onde a internet, o computador, os softwares educativos e demais objetos
eletrônicos tornando significativos e ao mesmo tempo complexo tanto
para o ensino quanto para a aprendizagem, auxiliando a pesquisa, a
leitura, a comunicação, o desenvolvimento da linguagem, da arte, em
produções de autoria e constituição da autonomia dos estudantes.
De acordo com Miranda Neto (2005, p. 22-26), o método científico não é
um só, existem diferentes formas de procedermos para obter resultados
científicos; os métodos analítico e sintético, indutivo e dedutivo são
de importância fundamental para a construção da base teórica de todas as
ciências, cabe ao pesquisador decidir qual o método mais adequado.
Para a realização de uma pesquisa, é necessário o uso de técnicas
adequadas, capazes de coletar dados suficientes, de modo que dê conta
dos objetivos traçados, quando da sua projeção. Para determinar o tipo
de instrumento, é necessário observar o que será estudado, a que irá
reportar.
Neste sentido, a elaboração de questionário de entrevista; realização de
entrevistas com estudantes, professores e gestores; sistematização de
dados; interpretação de dados dentro de uma concepção dialética;
apresentação dos dados, constando as informações alcançadas no processo
de pesquisa são procedimentos que poderão auxiliar na formulação do
currículo que se pretende conforme o objetivo geral e específico
estipulados.
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